terça-feira, 15 de julho de 2008

Arte

Iniciação à História da Arte – H. W. Janson e Anthony F. Janson – Ed. Imfe – 2ª edição: 1) definição do conceito de arte e sua função. “A arte representa a compreensão mais profunda e as mais altas inspirações de seu criador; ao mesmo tempo, o artista muitas vezes tem a importante função de articulador de crenças comuns”...”A arte nos dá a possibilidade de comunicar a concepção que temos das coisas através de procedimentos que não podem ser expressos de outra forma”...”A arte tem sido considerada um diálogo visual, pois expressa a imaginação de seu criador tão claramente como se ele estivesse falando conosco, embora o objeto em si seja mudo”...”Se não podemos, literalmente, falar com uma obra de arte, podemos pelo menos aprender a reagir a ela”...”É claro que precisamos ter o cuidado de não confundir a criação de uma obra de arte com habilidade ou perícia manuais”... “Sem a realização da idéia na prática não haveria nenhuma obra de arte”...”O salto da imaginação é, às vezes, um lampejo de inspiração, mas só muito raramente uma nova idéia surge plenamente desenvolvida, como Atena da cabeça de Zeus. Pelo contrário, em geral, é precedida por um longo período de gestação, no qual todo o trabalho mais difícil é feito sem a descoberta da chave para a solução do problema”...” Reconhecemos essa diferença quando nos referimos ao artista dizendo que ele está criando algo, e não fazendo algo”...” Decidir o que é arte e avaliar uma obra de arte são dois problemas distintos;(...). Há muito tempo estabeleceu-se entre as pessoas o hábito de fundir os dois problemas em um; em geral, quando perguntam ‘Por que aquilo é arte?’, estão querendo dizer: ‘Por que aquilo é arte de boa qualidade?’ Uma vez que os especialistas não determinam regras exatas, o leigo em geral recorre à última instância de suas defesas: ‘Bem, não sei nada sobre arte, mas sei do que gosto’”...” A arte é parte tão integrante da tessitura da vida humana que nos deparamos com ela o tempo todo, mesmo que nossos contatos com ela se limitem ao mais baixo denominador comum do gosto popular”...”Quando dizem ‘Sei do que gosto’, querem realmente dizer ‘Gosto daquilo que conheço (e rejeito tudo o que não se assemelhe às coisas com as quais estou familiarizado)’; na verdade tais preferências não são absolutamente suas, mas foram-lhes impostas pelo hábito e pelas circunstâncias, sem qualquer escolha pessoal”...”Toda arte envolve auto-expressão”...”Talvez possamos resolver esse paradoxo se compreendermos o que o artista entende por ‘público’. Ele não se preocupa com o público como uma entidade estática, mas com o seu público específico; para ele, a qualidade é muito mais importante do que a quantidade. O público que ocupa e inquieta a mente do artista é um público restrito e especial, e não o público em geral: o mérito da obra de um artista nunca poderá ser determinado por um concurso de popularidade”...”O que distingue o leigo, como já vimos anteriormente, não é que ele seja realmente puro e simples, mas sim o fato de ele gostar de pensar em si próprio como sendo assim. Na realidade, não existe nenhuma separação nítida, nenhuma diferença de caracteres distintivos entre ele e o especialista, mas apenas uma diferença de grau. O caminho que leva à especialização não exclui ninguém que tenha uma mente aberta e capacidade para absorver novas experiências. À medida que o percorremos e aumentar a nossa compreensão, descobriremos que passamos a gostar de muito mais coisas do que havíamos julgado inicialmente. Ao mesmo tempo, entretanto, iremos gradualmente adquirindo a coragem de nossas próprias convicções, até que – se formos suficientemente longe nesse caminho – aprenderemos a fazer escolhas individuais significativas entre as obras de arte. Seremos então capazes de afirmar, com alguma justiça, que conhecemos aquilo de que gostamos”.


O Conceito de Recepção e a Abordagem do Processo Comunicativo - Itania Gomes
O texto debate como os estudos sobre os processos comunicativos são tratados atualmente, de forma fragmentada, enfatizando no processo de mediação as instituições, relegando dessa forma o receptor ao último estágio do processo, qualificando-o como “indefeso e ingênuo”, bem como a pertinência de pedagogia e política neste.
A autora nos conceitua hegemonia: “Hegemonia é uma capacidade de direção realizada; um complexo de atividades culturais e ideais que organiza o consenso e consente o exercício da direção moderada. É uma forma de condução consensual, ao contrário do domínio”. (Itania, p. 21), para que possamos compreender o paradigma em que se encontram os estudos sociais quanto ao processo comunicativo, de base marxista sobre a cultura, onde existe uma infra-estrutura determinante e uma superestrutura determinada, e mais tarde consigamos superá-lo. Ela acredita que essa forma de embate leva a um reducionismo dos estudos sobre a comunicação, classificando esta como apenas um lugar de confronto e recepção como práticas de resistência.
Citando autores como Martin-Barbero e Guilhermo Orozco, propõe a retomada do tema das mediações:
“A mediação aparece nesses autores como espaço primordial para compreender a interação entre audiência e televisão e é entendida como conjunto de valores, idéias, instituições e capacidades cognitivas responsável pelos processos de assimilação, rejeição, negociação, resistência a que estão sujeitas as mensagens de massa”.
Nos fornece sete premissas para tal:
1. A comunicação produzida no pólo da recepção, não da emissão.
2. Entender o receptor como múltiplo agente social e participante dos processos e interações da cultura onde está inserido.
3. O não esgotamento da recepção no momento em que se dá direta e fisicamente do o receptor com as mensagens, mas sim na transcendência e fundição neste e nas suas práticas do seu dia-a-dia.
4. O fato de que, a exposição dos meios, seja ela: crítica ou acriticamente, individual u coletivamente, não ser a variável determinante para a compreensão do processo receptivo.
5. O receptor não nasce, se constrói pelo jogo das mediações.(*)
6. Entender que o Modelo de Multimediações diz que a recepção é a interação dos meios, com a cultura, com as instituições.
7. Perceber que a recepção é um processo mediado intrinsecamente.
(*) A autora nos faz compreender que a questão política-pedagógica é relevante no tocante da estratégia revolucionária mais ampla para a construção de uma nova hegemonia, mas desvia-se da necessidade de compreensão dos estudos das práticas comunicativas.
“Embora Orozco e Martin-Barbero já apontassem para isso, ao pensar as mediações como o campo onde a relação entre os receptores e os meios acontece ou ao procurar compreender as interações entre a produção e a recepção, acreditamos que eles não conseguem ir suficientemente longe, freados que são por um projeto político que vê na recepção um local de enfrentamento”. (Itania, p. 34).
Itania Gomes nos mostra também o risco de se ressaltar as instituições como principais detentoras e difusoras do saber cognitivo, relegando o receptor a um papel secundário. Ressalta que o processo comunicativo tem que ser visto globalmente, priorizando todos os participantes.
A autora conclui que o processo comunicativo deve ser estudado tanto no modo como o campo da emissão ativa a competência dos receptores, bem como o modo com que esses constroem suas faculdades para captar os sentidos. Deve estudar as condições para o uso da comunicação, o contexto onde está inserido, sem privilegiar nenhum dos pólos. E por fim acreditar que o processo comunicativo é o sujeito da comunicação.
O Que É, Afinal, Estudos Culturais? – Tomaz Tadeu da Silva – Ed. Autêntica.
Estudos Culturais: movimento teórico-político com base no marxismo, original da Inglaterra e Estados Unidos, que ressalta as interseções entre a investigação e formação social dentro do contexto cultural onde nos encontramos.
Uma das características dos Estudos Sociais é a interdisciplinaridade, ou seja, diferentes disciplinas interagindo. A composição do eixo principal de pesquisa desses são as relações entre a cultura contemporânea e a sociedade, suas formas e práticas culturais bem como suas relações com a sociedade e as mudanças sociais.
São três os autores citados por Tomaz, sendo o primeiro Richard Hoggart, onde este ressalta que no âmbito popular existe resistência, e não somente submissão, e isso será recuperado mais tarde pelos estudos de audiência dos meios massivos. Em segundo cita Raymond Williams, que nos demonstra que a cultura é quem conecta a análise literária e a investigação social, bem como a intensidade do debate contemporâneo sobre o impacto dos meios massivos, mostrando pessimismo quanto aos meios de comunicação de massa e à cultura popular, dando ênfase antropológica à cultura. Finalmente E. P. Thompson enfatiza o papel do indivíduo dentro da cultura enquanto uma rede de práticas e relações que fazem parte do cotidiano. Entendia a cultura como uma luta entre modos de vida diferentes.
O autor descreve o desenvolver dos Estudos Culturais, mas o pertinente a nossa pesquisa é o que ressalta o quadro destes nos anos noventa. A partir dessa década esses estudos passam a desvencilhar-se da política e englobar atividades de pessoas comuns, testemunhando a voz dos significados que se fazem aqui e agora, mudando a base fundamental que era o conceito de classes, relegando-o apenas a uma variável, focando, portanto as subjetividades e identidades.

Op-Art e Pop-Art



A Arte dos Grandes Centros Industrializados
Na metade do século XX, as grandes civilizações, já reestruturadas e em vertiginoso aumento populacional, bem como crescente capacidade industrial, percebe-se o enorme consumo de produtos e artigos. É nesse contexto que surgem e ganham força dois modos de expressão artística.
• A Op-art: O nome deriva do inglês que significa “arte óptica”. Suas representações constituem-se de diferentes figuras geométricas, em preto e branco ou coloridas, que combinadas dão sensação de movimento ao espectador, além de que, se vista sob um novo prisma, altera-se sua interpretação. A intenção do movimento era simbolizar as constantes mudanças da realidade encaradas pelos seres humanos. Principais representantes: Vasarely e Alexander Calder.
• A Pop-art: esse movimento, cujo nome em inglês significa “arte popular”, iniciou-se nos Estados Unidos, na década de 60. Seus artistas inspiravam-se no cotidiano das cidades norte-americanas, e desejavam romper com barreiras entre a arte e a rotina. “Os recursos expressivos da art pop são semelhantes aos dos meios de comunicação de massa, como o cinema, a publicidade e a tevê” (GRAÇA, 2005, p.170). Seus principais temas são os dirigidos à população urbana: produtos, utensílios e inclusive imagens de astros de Hollywood. Seu artista mais significativo foi Andy Warhol, que fez uma composição colorida de fotos da artista Marilyn Monroe.

Dadá e Surrealismo




Durante a Primeira Grande Guerra (1914-1918), diversos artistas e pensadores de vários países exilaram-se em Zurique, Suíça, contestando o envolvimento de seus países neste acontecimento. Nesse ínterim os estudos de Sigmund Freud mostravam uma nova realidade humana através na psicanálise. Em um bar chamado Café Voltaire, na capital suíça, um grupo de artistas insatisfeitos com a atual conjuntura da Europa iniciou um movimento que se autodenominou Dada. Escolha essa aleatória, já que um de seus fundadores, Tristan Tzara abriu um dicionário e apontou o nome “dada”, que significava “cavalo” na linguagem infantil francesa. Mas não deram peso a esse nome, qualquer um serviria, uma vez que a proposta era de libertação do cerceamento do pensamento racionalista e burguês. Através dessa ideologia, o Dadaísmo aplicou nas suas obras o desenvolvimento aleatório das suas representações pictóricas, lançando mão de sátira e crítica, relegando a intenção plástica a segundo plano. Como possuía fundamentos psicológicos, propiciou o surgimento do Surrealismo, que tinha por base a associação da criação artística ao automatismo puro, e essa associação advinha do subconsciente, de origens absurdas e ilógicas, como os sonhos e delírios. O Surrealismo teve como líder André Breton e se dividiu em duas vertentes: a Figurativa, tendo como maiores representantes Salvador Dali e Marc Chagall; e a Abstrata, com Joan Miró e Max Ernest.

Futurismo


Seus representantes tinham como proposta retratar a velocidade das máquinas modernas, bem como exaltavam o futuro. Admiravam a crescente mecanização das indústrias, seus movimentos em superação aos naturais. Interessavam-se não com a representação do corpo, mas propriamente com seu movimento, recusando qualquer representação realista. Seus principais artistas: Boccioni, Carrà, Russolo, Giacomo Balla e Severini.

Abstracionismo


Sua principal característica é a total ausência de relação imediata das formas e cores da obra com o real, não tendo como assunto nada da realidade, nenhuma cena mitológica, histórica, religiosa ou literária. Seu precursor foi o russo Kandinsky, que valorizava as relações entre as cores, e depois Tatlin, também russo, ambos do movimento Construtivismo. Este último, após uma visita a Paris e o contato com o Cubismo, começou a realizar pinturas em relevo, utilizando diversos materiais. Já o pintor holandês Mondrian inspirava-se em Cézanne, buscando o que havia de constante nos seres, representante então do Abstracionismo geométrico. Para ele, “cada coisa, seja ela uma casa, uma árvore ou uma paisagem, possui uma essência que está por trás de sua aparência. E as coisas, em sua essência, estão em harmonia no Universo. O papel do artista, para ele, seria revelar essa essência oculta e essa harmonia universal”.(GRAÇA, 2005, p.161).

Cubismo


Originado com Cézanne, que acreditava que as formas da natureza deveriam ser representadas por cones, esferas e cilindros, foi mais longe que isso. Seus artistas representavam os objetos com todas as suas partes num mesmo plano, abandonando a ilusão de perspectiva ou das três dimensões dos seres. O Cubismo teve duas evoluções: 1)Cubismo Analítico: desenvolvido por Picasso e Braque, onde trabalhavam com poucas cores e enorme fragmentação dos seres; e em resposta a esta evolução surgiu o 2) Cubismo Sintético: procurando tornar as figuras representadas novamente reconhecíveis, também desenvolvida pelos dois artistas. Este também foi chamado de colagem, pois introduziu letras, palavras, números e novos materiais (como madeira, metal, vidro) nos espaços pictóricos.

Fauvismo


Nome derivado de fauves (em português: feras), devido a uma crítica efetuada aos participantes de uma exposição realizada em Paris, no Salão de Outono em 1905. Seus principais princípios são: a simplificação das formas (eram sugeridas e não representadas realisticamente pelos pintores), e ao emprego de cores puras, tal qual no tubo de tintas (escolha arbitrária destas, sem sua suavização ou gradação). Nomes mais importantes: Matisse e Friez.

Expressionismo


Reação ao Impressionismo, criticando as preocupações exclusivas com as sensações de luz e de cor, relegando os sentimentos humanos e seus problemas. Com influência de Van Gogh e Munch, essa tendência procurava exprimir e interpretar as angustias que caracterizavam o homem do início do século XX. Principais participantes: Kirchner e Heckel.

Modernos

Principais Movimentos Artísticos do Século XX
O contexto histórico desses movimentos era marcado por conturbações sócio-políticas, guerras, revoluções e ruptura com a democracia. A crescente discrepância social entre burguesia e proletariado gerou um visível massacre deste último: enquanto em certas regiões existem abundantes riquezas, em outras pessoas passam fome, vivendo na mais perfeita miséria e ignorância dos fatos e dos benefícios do progresso material das regiões ricas. Dessa forma surgem esses novos movimentos artísticos, articulados para expressar a perplexidade do homem contemporâneo.

Pós-Impressionismo



O Pós-Impressionismo
Termo utilizado para designar o período entre a última exposição do Impressionismo (em 1886)o do Cubismo de Pablo Picasso e Georges Braque, de 1907/08, cujos participantes apenas identificaram-se com o Impressionismo no início de suas carreiras. Os nomes mais importantes são: Gauguin, Cézanne, Van Gogh, Toulouse-Lautrec e Munch, todos eles, de uma forma ou de outra, influenciando os movimentos artísticos que estavam por vir.

Impressionismo



O Impressionismo
Movimento revolucionário artístico e precursor das grandes tendências da arte do século XX. Seus artistas procuravam imprimir, a partir de observações, em seus espaços pictóricos a impressão da luz na natureza, e tinha algumas convenções para isso: 1)o registro de tonalidades adquiridas pelos objetos ao refletirem a luz solar num dado momento; 2)a ausência de contorno da figuras; 3)a obtenção dos contrastes de luz/sombra de acordo com a lei das cores complementares e finalmente 4)não se dever efetuar mistura de tintas na paleta dos artistas, mas sim dissociadas diretamente na tela. O nome do movimento deveu-se a uma marina de Monet, destinado a uma exposição coletiva ocorrida em abril de 1874 em Paris. “Entre os quadros de Monet, uma marina destinada a passar à história: Impressão, sol nascente, de 1873”. O próprio autor explicou a origem do nome: ‘Enviei uma coisa que havia feito em Le Havre, o sol entre o nevoeiro e alguns mastros de barcos. Pediram-me um título para o catálogo, ao que sugeri: impressão’. A nova escola encontrou um nome”.(Coleção Folha - Grandes Mestres da Pintura – Claude Monet, Editora Sol 90, 2007, p.17). Os principais pintores impressionistas são: Monet, Renoir, Pissaro e Degas.

Art Nouveau


O Realismo
Desenvolveu-se paralelamente ao crescente industrialismo e positivismo das sociedades européias. “O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade”.(GRAÇA, 2005, p.131). Os artistas desse estilo acreditavam que a beleza estava na realidade, tal qual ela é, não cabendo ao artista, modifica-la ou melhora-la. Deixou de lado os temas mitológicos, religiosos, históricos ou literários, tendo como conseqüência a politização da arte. Seu contexto era a intensa industrialização e desenvolvimento tecnológico, trazendo como conseqüência uma enorme massa de trabalhadores vivendo em condições subumanas. Surge então a pintura social, denunciando as injustiças e desigualdades sociais. Seus nomes mais importantes são: Coubert e Manet (precursor do Impressionismo). A Inglaterra foi a precursora do Industrialismo, e com isso seu governo preocupava-se em estabelecer um vínculo entre as artes e a indústria artesanal. Para isso foram criadas escolas oficiais de desenho objetivando aprimorar o design das manufaturas e compatibilizar arte e industrialização. Paralelamente a esses projetos, surgiram críticos propondo o retorno da tradição artesanal da Idade Média, temendo a vulgarização ou destruição do conteúdo artístico dos objetos industrializados. Dentre esses críticos destacou-se William Morris, jovem arquiteto e sociólogo. Projetou, seguindo essa tendência de incluir arte na industrialização, objetos para interiores e vida cotidiana, porém logo percebeu a impossibilidade de comungar o modelo artístico antigo com o crescente consumismo. Suas idéias influenciaram então o Movimento das Artes e Ofícios (ou Art Nouveau na França), movimento este que reuniu diversas tendências: as idéias do industrialismo, da arte oriental, das artes decorativas e das iluminuras medievais. Envolveu principalmente os objetos ornamentais e a arquitetura.
“De um modo geral, o art nouveau procurou preservar o contato do artista com a natureza e desenvolver um artesanato habilidoso. Os pintores, escultores e arquitetos ligados a esse estilo tentaram escapar do crescente modo de produção industrial e procuraram criar peças e materiais decorativos, recorrendo aos processos artesanais”. (GRAÇA, 2005, p. 139)
Porém, a principal conquista desse estilo foi união das artes. Dessa forma as construções, decorações, objetos cotidianos passaram a integrar uma só tendência decorativista.

Periíodo Romântico



O Romantismo
Negando a estética Neoclássica, o Romantismo retoma as formas barrocas, recuperando o dinamismo e o realismo renegados pelos neoclássicos. Recuperam também a diagonalidade pictórica, tendo a cor novamente valorizada e os contrastes claro-escuro resgatados. Seus temas compreendem a natureza e os fatos reais da história. Seus principais representantes são: Goya, Delacroix, Turner e John Constable.

O Neoclassicismo
Final do século XVIII e início do século XIX. A burguesia já forte e estabelecida, tendo como indicadores como a Revolução Francesa e a tomada do poder por Napoleão Bonaparte surge uma nova tendência artística: o Neoclassicismo, que como o nome já diz é uma retomada ao estilo Clássico. Este só considerava arte o que era perfeitamente belo, imitando não a natureza, mas o que os artistas greco-romanos já haviam criado. Para tanto houve a hegemonia do tecnicismo e convencionalismo nas academias das belas-artes, só sendo questionados pela arte moderna. A pintura era inspirada essencialmente nas esculturas clássicas e na renascentista de Rafael, mostrando equilíbrio da composição e harmonia do colorido. Inicialmente registrava fatos históricos ligados à vida do imperador Bonaparte. Mais tarde composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens. Em reação a este novo estilo, adveio o Romantismo, cujo contexto histórico era a Revolução Industrial. Com essas fortes mudanças sociais, políticas e culturais, a atividade artística tornou-se mais complexa. Identificamos diversos movimentos como o próprio Romantismo, o Realismo, o Impressionismo e o Pós-Impressionismo.

Barroco



O Barroco na Itália
Iniciou-se no século XII, quando ocorreram as Reformas Protestantes (que colocavam em risco a hegemonia católica) e em resposta a essas a Contra-Reforma da Igreja. A arte dessa época então teve como finalidade a disseminação do poderio católico, e como precursor Michelangelo. Originou-se na Itália, mas não demorou a internacionalizar-se.
“As obras barrocas romperam com o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuraram realizar de forma muito consciente; na arte barroca, predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista”. (GRAÇA, 2005, p. 103).
Suas características eram basicamente a disposição diagonal dos quadros, suas cenas possuem forte contraste claro-escuro (intensificando os sentimentos) e seus assuntos tradicionalmente realistas (realeza, clero, mas também a vida dos povos simples). Seus principais representantes são: Michelangelo, Tintoretto e Caravaggio na Itália; El Greco e Velásquez na Espanha; Rubens, Hals, Vermeer e Rembrandt nos Países Baixos.

Renascentista


Renascimento
Costuma-se classificar o Renascimento como um retorno ao período clássico, mas ele vai muito além disso. Foi um período de intenso progresso científico, intelectual e abundância de produção artística. Iniciou-se na Itália, disseminando seus ideais por toda a Europa Ocidental. A pintura renascentista abrange três características já afirmadas no gótico: a perspectiva, o realismo e o uso do claro-escuro (que vale lembrar já eram utilizados pelos artistas greco-romanos, mas que foram abandonados pelos românticos e do primeiro período gótico), predominando uma interpretação científica e humanista do mundo. Outra característica da pintura no Renascimento foi o uso de um estilo pessoal do artista, ou seja, ele deixando sua marca nas obras (reafirmando o individualismo), uma vez que não se encontravam sob o jugo de reis ou religiosos. É a partir de então que os artistas começaram a tornarem-se criadores individuais e autônomos, expressando em suas obras seus sentimentos, suas idéias, submetendo-se a nada além do que a sua capacidade de criação. Possuiu vários artistas, e os mais importantes são: Botticelli, Leonardo da Vinci e Rafael, na Itália; Dürer, Bosch e Bruegel na Alemanha e Países Baixos.

Gótica


A Arte Gótica
Quase no final da Idade Média, por volta do século XII, a economia começa a fundamentar-se no comércio, fazendo com que o centro da vida social se deslocasse do campo para as cidades, chamadas de burgos, fazendo nascer uma nova classe: a burguesia. A arquitetura ainda era a romântica, mas um novo estilo destacava-se, e era pejorativamente chamado de gótico (era considerado tão bárbaro que os estudiosos comparavam às dos godos, povo que invadiu o Império Romano e destruiu boa parte das artes da Antiguidade). A pintura gótica prenunciou o Renascimento, e sua principal característica foi o realismo das cenas pintadas, e seu maior representante foi Giotto, que pintava os santos de forma bem humanizada, contextualizado com a nova classe em surgimento.

Romântica


A Arte Romântica
Nas oficinas da corte de Carlos Magno houve então um distanciamento do estilo ornamental dos bárbaros e redescoberta do estilo greco-romano. Principalmente na arquitetura as construções remetiam às de Roma: utilizando abóbadas e pilares maciços. Inicia-se o período romântico, advindo da palavra Roma. A pintura romântica não era efetuada em pequenas telas, mas em verdadeiros e enormes murais feitos nas paredes das construções, utilizando a técnica “a fresco”, que consistia em pintar em paredes ainda úmidas. Possuíam como temas as ilustrações dos livros religiosos, caracterizadas pela deformação (destacava-se os gestos e o que julgavam de mais importante, não se importando com as proporções) e o colorismo (cores chapadas, sem a intenção de imitar a natureza).

Arte Ocidental Medieval


A Arte da Europa Ocidental no Início da Idade Média
Com a invasão de Roma pelos bárbaros, dando início a Idade Média, a cultura greco-romana e suas expressões artísticas, praticamente desapareceram da Europa Ocidental. Os valores artísticos dos bárbaros eram essencialmente diferentes dos gregos e romanos, revelando apenas uma preocupação decorativa. Destaca-se na ourivesaria, na produção de jóias, permitindo uma vasta criação geométrica e abstrata. Depois das invasões, uma nova ordem aristocrática, porém nesse ínterim o desenvolvimento artístico-cultural cai vertiginosamente.
“O desconhecimento dos assuntos referentes à educação e à arte passou a ser tão grande que, no século VII, as únicas fontes de preservação da cultura greco-romana eram as escolas ligadas às catedrais e mantidas pelos bispos para a formação do clero”. (GRAÇA, 2005, p.55)
Dessa forma foi aumentado o poder da Igreja sobre a sociedade e sobre o Estado (ainda fragilizado), concentrando nas escolas monásticas (as únicas existentes) as formações intelectuais e artísticas. Os artistas encontravam na Igreja e em suas construções sem concorrentes o único lugar possível para “vender” seus dons artísticos.
Em 800, Carlos Magno é coroado imperador do Ocidente, e com ele houve um significativo progresso cultural, uma vez que em sua corte houve a criação de uma academia literária e oficinas onde são produzidas obras de arte e, principalmente os manuscritos ilustrados. Porém após sua morte as atividades intelectuais e artísticas voltam a centralizar-se nos mosteiros, considerados as escolas de arte da época.

Bizantina


A Arte Bizantina
No início do milênio cristão, o Império Romano fora dividido em dois: o do Ocidente e o do Oriente. O primeiro sofreu sucessivas invasões bárbaras, até cair determinantemente em poder dos invasores em 476, marcando o fim da Antiguidade e o início da Idade Média. Já o segundo (também chamado de Império Bizantino), manteve sua unidade ate 1453, quando sua capital Constantinopla, foi tomada pelos turcos, terminando com a Idade Média e se iniciando a Idade Moderna. A arte bizantina tinha como objetivo maior elevar o poder do imperador, consagrando-o e expressando sua autoridade absoluta. Para tanto, como na arte egípcia, uma série de convenções foram estabelecidas: a frontalidade, considerando a rigidez da postura uma forma de levar os seus espectadores a respeitar e venerar os soberanos, e outras regras, como: o lugar do personagem sagrado, os gestos, as mãos, os pés, as roupas, enfim, toda a imagem pictórica era rigorosamente cerceada.

Cristã Primitiva


A Arte Cristã Primitiva
Com a morte de Jesus Cristo, seus discípulos começaram a divulgação de sua doutrina. Como ela contradizia as crenças do Império Romano, todo poderoso da época, eles começaram a ser perseguidos. Seus mártires eram sepultados em lugares especiais, e nesses lugares que se dão as primeiras manifestações artísticas cristãs. Eram executadas não por artistas, mas por homens do povo, convertidos à nova religião, mas já são as indicadoras da íntima relação que se desenvolverá e se confirmará na Idade Média entre arte e religião.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Roma


A Arte em Roma
A formação cultural de Roma deve-se a duas ocupações em diferentes territórios italianos: os gregos e os etruscos, sofrendo então a arte suas influências. Dos primeiros a orientação de um ideal de beleza, e dos segundos a expressão da realidade vivida. A pintura romana, baseada na decoração das paredes internas dos edifícios, é classificada em quatro estilos. O primeiro não se refere à pintura, mas recobria as paredes com uma camada de gesso pintado dando a impressão de mármore. Alguns artistas descobriram que esse material poderia ser dispensado, pois essa impressão poderia ser dada apenas pela pintura, porém, já remetendo ao segundo estilo, começaram a pintar painéis que aludiam janelas abertas onde eram “vistas” paisagens, pessoas, pássaros, etc, formando uma grande pintura mural. No terceiro estilo os pequenos detalhes é que eram exaltados, já no quarto retornaram ao segundo estilo, entretanto procuraram combinar a ilusão do espaço do segundo com a delicadeza do terceiro. “No centro de cada parede há um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega”. (PROENÇA, 2005, p. 42)

Grécia


A Arte na Grécia
Ao contrário da produção egípcia, a produção cultural grega foi uma das mais livres da Antiguidade. Não eram cerceados por religiosos ou autoridades. O conhecimento era estabelecido pela razão, colocando-se, portanto acima da fé em divindades. Os gregos começaram a esculpir enormes figuras humanas em mármore, apreciando a simetria natural do corpo humano, embora acreditando que a representação não deveria apenas ser semelhante ao modelo, mas também bela em si mesma. O mármore passou a ser um suporte problema, uma vez que os gregos esculpiam o movimento. Sendo ele pesado tornou-se impróprio uma vez que se quebravam a partes não apoiadas. Os escultores passaram então a utilizar o bronze. A pintura na Grécia adveio da decoração de arquiteturas e ornamentos, como vasos e suportes. Representavam cenas cotidianas de pessoas comuns, bem como cenas da mitologia grega.

Egito


A Arte no Egito
A civilização do Egito foi uma das principais da Antiguidade. Sua cultura era baseada na religião, e esta cultuava a morte. Desta forma, a arte egípcia concentrou-se basicamente nos túmulos e nos ornamentos deixados nas construções mortuárias. Por esse vínculo a religião, era bastante padronizada, não permitindo que a criatividade ou imaginação do artista “moldasse” a obra. A pintura possuía a lei da frontalidade, ou seja, determinava “que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil”, portanto “o observador não poderia confundi-la com o próprio ser humano. Ao contrário, deveria reconhecer claramente que se tratava de uma representação”. (PROENÇA, 2005, p.19)

Pré-História


História da Arte – Graça Proença – Ed.Ática – 16ª edição - 2005
O ser humano sempre produziu objetos para facilitar suas tarefas do dia-a-dia, e instrumentos como extensão de seus órgãos, como ferramentas, suporte de alimentos ou água. Porém, paralelamente produzia também coisas cuja utilidade não era evidente. Várias questões foram levantadas a esse respeito, e algumas das respostas seriam a de que essa produção seria para expressar sentimentos, suas visões de mundo, suas crenças, de forma a espelhar a cultura onde seus produtores estavam inseridos.
A Pré-História está dividida em três períodos: Paleolítico Inferior, Paleolítico Inferior (primeiras manifestações artísticas) e Neolítico.
A Arte no Paleolítico Superior
Possuíam como características o naturalismo. O artista pintava apenas o que via, a natureza, os animais e os seres. Eram simples: traços feitos em paredes com argilas, “mãos em negativo”, somente depois começando a desenhar e pintar os animais.
A Arte no Neolítico
A população no período chamado também de Pedra Polida tornou-se estável, deixando de ser nômade. Com isso houve um aumento tecnológico, o início da agricultura e da domesticação dos animais. A arte então passa a ser descritiva, narrava as cenas cotidianas, abandonando o estilo naturalista e adotando um estilo mais simplificador. As cenas passaram a ter uma noção de movimento, criadas por pinturas leves, ágeis, pequenas e de pouca cor. É a primeira grande revolução na Arte, pois os artistas começavam a se preocupar não somente com a utilidade dos objetos, mas também com sua beleza. E dos desenhos que criavam oriunda a escrita pictográfica, representando seres e idéias.

Cinco e Seis

5. Hipóteses
Começo a pesquisa com a premissa de que a programação televisiva atualmente divulga produtos de baixa qualidade artística. Acredito que os motivos seriam dois: 1) a classe dominante não considera interessante a veiculação de arte por acreditar que a maior parte da população não a aceitaria, uma vez que não tem capacidade para tal, portanto não se obteria lucro com isso. Além do que, produtos mais bem elaborados e pouco conformistas não seriam interessantes para manter a dominação ideológica hoje instaurada em nossa sociedade. 2) A maior parte da população brasileira possui preconceito quanto à dita arte erudita, e credita-lhe esnobismo e pedância, além de acreditar-lhe enfadonha.

6. Revisão Bibliográfica
• Iniciação à História da Arte – H. W. Janson e Anthony F. Janson – Ed. Imfe – 2ª edição:
Definição do conceito de arte.
Os autores não conceituam formalmente arte, mas colocam parâmetros para melhor compreendê-la. Tomam por arte uma forma de expressão, que provoca reações e desejo de “leitura”, “diálogos”. Atentam para a diferenciação da criação de uma obra de arte para com habilidades ou perícias manuais, e confirmam o chavão: “Uma obra de arte possui 90% de transpiração e 10% de inspiração”. Ressaltam o quanto existe de um certo preconceito por parte dos leigos quanto a algo desconhecido, que no caso seriam as obras de arte, e o porquê e em que os especialistas se baseiam para qualificá-las. E finalmente ressaltam que pode existir um diálogo mudo com as obras de arte, sem qualquer intelectualização desta, porém, quanto mais nos informamos sobre estas, mais propícios e abertos estaremos a nos afinizarmos com elas, criando dessa forma nossos próprios conceitos e julgamentos.

• História da Arte – Graça Proença – Ed.Ática – 16ª edição - 2005
1)Definição do conceito de arte.
A autora ressalta o quão é controverso o debate quanto a conceituação sobre a arte, enfatizando que os pesquisadores e pensadores sobre o assunto ainda não chegaram a um consenso. Porém qualifica a arte como forma de expressão, tanto de sentimentos, visão de mundo ou idéias. E enfatiza a importância desta citando Ruskin, crítico de arte inglês: “as grandes nações escrevem sua auto biografia em três volumes: o livro de suas ações, o livro de suas palavras e o livro de sua arte”.E acrescenta: “nenhum desses três livros pode ser compreendido sem que se tenham lido os outros dois, mas desses três, o único em que se pode confiar é o último”. Enfatiza a importância, mas nos mostra que arte não deve ser encarada como algo extraordinário dentro da cultura humana, mas sim como parte integrante desta, pois ora retratam o seu cotidiano: sua paisagem, suas crenças, seus hábitos, de forma a espelhá-la.
2) Breve histórico da arte
A autora vai nos narrando o surgimento da arte, ainda simplória no Paleolítico Superior, suas funções descritivas no Neolítico, sua evolução a arte egípcia, grega e romana. A forma como foi cerceada no cristianismo emergente (retornando aos critérios egípcios), seu praticamente desaparecimento no período do início da Idade Média (476 a.C.), o período Romântico (cujo nome remete a Roma) até ao Renascimento, finalizando na falsa estagnação até os movimentos modernos do final do século XIX, início e meados do século XX.

• Filosofando – Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins – Ed. Moderna – 2ª Edição - 1993.
1)Conceito de Estética – Capítulo 37
As autoras designam à estética diversos conceitos, como: I)estética física, cosmética; II)estética paisagística ou ornamental; III)estética da arte, ou período, estilo de arte; IV) finalmente como um campo da Filosofia que estuda o belo e o que ele provoca. Concluem que em todos os conceitos o termo estética está intimamente ligado a beleza, ao belo, dando então lugar de destaque a arte para essa reflexão.
2)Conceito do Belo – Capítulo 37
Discutem as diversas teorias sobre o que é considerado “belo”. Citam Platão representando o classicismo, David Hume os filósofos empiristas, Kant e Hegel tentando chegar a um conceito satisfatório observando vários prismas de análise: pelo classicismo, pelo relativismo, pela subjetividade e pelo contexto histórico.
3)Conceito de Arte – Capítulo 38
As autoras colocam Arte como conhecimento intuitivo do mundo, tanto para o produtor quanto para o receptor. Intuição essa uma vez que o sentimento em relação à obra não pode ser racionalizado, expressado em discurso verbal. Ressalta o papel da imaginação na arte, alertando que “O mundo imaginário assim criado não é irreal. É antes pré-real, isto é, antecede o real porque aponta suas possibilidades em vez de fixá-lo numa forma cristalizada. Assim, a imaginação alarga o campo do real percebido, preenchendo-o de outros sentidos”.(ARANHA E MARTINS, 1993, p.346). Elas fazem ligações entre arte e sentimento, dizendo que este é o acesso da comunhão ente imaginação manifesta, natureza e sujeito. E que é este que consegue captar a expressão (poder de emitir sentidos e exteriorizar o que está internalizado) e enxergar o que está alem da obra, do objeto em si. Nos apontam também que a educação artística só ocorre com a convivência com esta, e que através da educação e da convivência nos tornamos familiarizados com a experiência afetiva que a arte nos proporciona.
4)Funções da Arte – Capítulo 39
As autoras nos dão três “funções da arte”, sendo elas: I)Função Pragmática ou Utilitária. Essa função enxerga a arte não por ela mesma, mas como caminho para atingir um outro objetivo, ima outra finalidade, como a religiosa, pedagógica, política ou social. II) Função Naturalista. A obra nessa função é encarada como cópia da realidade, e foi muito utilizada no período clássico, renascentista e realista. III)Função Formalista. Essa função abrange a preocupação com a forma de apresentação da obra, quais os componentes que a compõe. Há, portanto nessa função uma valorização da experiência estética, e por ela a arte será julgada.
5)O Significado na Arte – Capítulo 40
Estudo sobre discussão de Teixeira Coelho Neto sobre informação estética comparando-a a semântica: “A informação estética, ao contrário da informação semântica, não é necessariamente lógica. Ela pode ou não ter uma lógica semelhante à do senso comum ou da ciência. Ela também não precisa ter ampla circulação, isto é, não há necessidade de que um público numeroso tenha acesso a ela. A informação estética continua a existir mesmo dentro de um sistema de comunicação restrito, até interpessoal, ou mesmo quando não há nenhum receptor apto a recebê-la”.(APUD, J. T. Coelho Neto, Introdução à Teoria da Informação Estética, p. 9-16). As autoras discutem a arte como mais um “texto” a ser lido, e dissertam sobre sua forma, seu conteúdo e o papel das vanguardas artísticas.
6)Concepções Estéticas – Capítulo 41
O texto do capítulo 41 nos esmiúça a linha histórica da arte, explicando os conceitos e teorias de suas diversas fases.
I)Naturalismo Grego
II)A Estética Medieval e a Estilização
III)O Naturalismo Renascentista
IV)A Estética Normativa (ocorrida no iluminismo e academismo)
V)Kant e a Crítica do Juízo Estético
VI)A Estética Romântica
VII)A Ruptura do Naturalismo
VIII)O Pós-Modernismo
• Conceitos de Arte Moderna – Organizador: Nikos Stangos – Jorge Zahar Editor – 1988
Uma visão geral dos movimentos artísticos do final do século XIX e início do século XX.
• O Que É, Afinal, Estudos Culturais – Organizador: Tomaz Tadeu da Silva – Editora Autêntica.
O texto lido é o da Ana Carolina Escosteguy, onde ela nos fornece uma introdução aos estudos culturais e debate a relação cultura/comunicação de massa.
Estudos Culturais: movimento teórico-político com base no marxismo, original da Inglaterra e Estados Unidos, que discute as interseções entre a investigação e formação social dentro do contexto cultural onde nos encontramos.
A autora descreve o desenvolver dos Estudos Culturais, mas o pertinente a nossa pesquisa é o que ressalta o quadro destes nos anos noventa. A partir dessa década esses estudos passam a desvencilhar-se da política e englobar atividades de pessoas comuns, testemunhando a voz dos significados que se fazem aqui e agora, mudando a base fundamental que era o conceito de classes, relegando-o apenas a uma variável, focando, portanto as subjetividades e identidades.
• O Conceito de Recepção e a Abordagem do Processo Comunicativo - Itania Gomes
O texto debate como os estudos sobre os processos comunicativos são tratados atualmente, de forma fragmentada, enfatizando no processo de mediação as instituições, relegando dessa forma o receptor ao último estágio do processo, qualificando-o como “indefeso e ingênuo”, bem como a pertinência de pedagogia e política neste. Nos fornece também uma idéia de como o processo comunicativo deve ser estudado: de forma global, ressaltando todos os seus participantes.

Dois, Três e Quatro

2. Problemática
• O que é arte?
• Qual a mudança do conceito de arte de antes para depois do surgimento da comunicação de massa?
• Existe arte atualmente nos produtos midiáticos?
• Se não, qual o motivo?
• Se não, existe possibilidade de uma inclusão?

3. Justificativa

Acredito que atualmente pouco se apresenta de arte na programação massiva, que a programação atual do meio mais em foco, a televisão, é de baixa qualidade intelectual e sensitiva. Julgo ser de extrema importância e urgência a inclusão de programas que além de entretenimento (como os que já existem), devem ser incluídos programas que não sejam apenas conformizadores, mas que incomodem o telespectador, que o levem a reflexões, ou que apenas o emocionem, levando a um estágio sensorial diferenciado do que já é difundido hoje na programação convencional da televisão aberta.

4. Objetivos
Objetivos Gerais
• Compreender se é por força de uma classe dominante que a programação hoje é tão distante de arte.
• Compreender por que não são exigidas melhorias na programação de TV. Se seria por comodidade, se por falta de contato ou por falta de compreensão da arte.
• Entender se existe preconceito por parte da audiência, ou por parte dos produtores/difusores da telecomunicação, ao julgar a maioria da população incapacitada de conectar-se e entender arte.

Objetivos Específicos
Descobrir porque não são veiculados produtos ditos artísticos em maior quantidade na programação televisiva brasileira.

Objeto Empírico
• Programação da rede aberta de televisão.

Um

Epígrafe
“E que a arte nos aponte uma resposta,
Mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar,
Pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer “.

Oswaldo Montenegro

1. Tema da Pesquisa
A Arte na Comunicação de Massa

Introdução
Arte. Segundo o MiniDicionário Aurélio, 2ª Edição, página 44: sf 1. Capacidade que tem o homem de, dominando a matéria, pôr em prática uma idéia. 2. V. artes plásticas. 3. Os preceitos necessários à execução de qualquer arte. 4. Habilidade; engenho. 5. Ofício (em especial, nas artes manuais.) 6. Maneira, modo. 7. Bras. Travessura.artes plásticas. As que se manifestam por meios de elementos visuais e táteis, reproduzindo formas da natureza ou realizando formas imaginárias; belas-artes, arte. Compreendem o desenho, a pintura, a gravura, a escultura.
Seria terrivelmente simples se a classificação de arte pudesse ser baseada na definição de um dicionário. Classificaria os objetos segundo esses critérios e pouca margem daria às acirradas discussões sobre o que é arte, e suas escassas conclusões.
Tentarei tratar aqui de uma discussão ainda mais pertinente e complicada, que seria a do papel da arte na comunicação massiva, ou na mídia (termo mais utilizado atualmente). Começarei então com uma breve introdução à História da Arte, margeando a linha histórica das grandes revoluções artísticas, intelectuais e tecnológicas, como o Renascimento (ressaltando o advento da impressão e da tipografia), o Iluminismo, a Revolução Industrial (consolidação da burguesia e o nascimento da chamada comunicação de massa), tratando também de discussões sobre ideologia e classes dominantes (Karl Marx e pensadores da Escola de Frankfurt), até visualizar a situação atual da arte na mídia e em seu produto mais notório: a televisão.
Tentarei compreender e explicitar os motivos da ausência ou não de produtos ditos artísticos na programação televisiva. Se seria por jugo das classes dominantes (e quais os motivos), por desprestígio por parte da maioria da população (e por quais razões), se por ambos ou até por um motivo por nós ainda não identificado em nossa pesquisa.